O Olhar

O OLHAR

Por Luiz A G Rodas

Como nos acasalamentos

Eu tenho os meus rituais

Tem o rápido e o efêmero

Mas prefiro os habituais

Olhos que vejam além

Daquelas coisas banais

O veloz, ineficiente

Fez o amor adormecer

E a emoção necessária

Sumiu com o anoitecer

Nenhum olhar ou um beijo

Antecedeu ao prazer

A contemplação preliminar

De um amante atento

É conversa afrodisíaca

Pra se atingir o intento

As preferências reveladas

Arrepios, forte fermento

O brilho dos negros olhos

Marcou o encontro primeiro

Nasceu a fiel promessa

De um dedicado romeiro

Agradecido pela luz

Do belo sol rotineiro

Aquele olhar tão sincero

Revelando reciprocidade

Foi um remédio pedido

Curou a infermidade

De um coração abalado

Carente de afinidade

Olhos repousam fechados

Em sinal de oração

É a necessária atitude

Para a boa reflexão

Segundos que enchem o peito

De plena motivação

Mornas lágrimas, sem retoques

Da gratidão de um olhar

Diante de tanto amor

Não consigo disfarçar

Porque feliz eu percebo

Seu coração me agasalhar

E o bem que reconheço

É a mudança por dentro

O olhar me trouxe muitas

Forças, sou epicentro

Os reflexos dos seus olhos

Energias que concentro.

Luiz Rodas
Enviado por Luiz Rodas em 13/07/2017
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