NOSSA POESIA
 
NOSSA POESIA

Pergunto-me adentro da consciência,
se inda haverá o tempo de nossa conjunta-escrita poesia;
Tal qual me disseste em palavras,
(reminiscências)
que creio,
não fora somente promessa em tons brancos,
'da boca pra fora',
pós morte, d'um surreal gozo gozado.

O papel está exposto à mesa,
enfim.
A(s) caneta(s) aberta(s), sem tampa(s)...
vela(m) a pretensa tirania da nossa vontade,
com sua(s) tinta(s) à secar.

Mas o desejo é o versejo do que está exposto, 
à moda batida - por lindos líricos lírios nos verdejantes campos não vistos,
de uma poesia querida,
imaginada, 
mas não escrita.

Porquanto ao preparo dos planos,
vagueia-se o ensejo, tolhido...
e o tempo passa, acolhido...
sem nada que venha à nos,
o que em palavras, num texto expressar.

Desnecessários escritos,
               (creio eu)
pois tudo aquilo qu'em conjunto trocamos,
ao modo do que vivenciamos,
- pré-vidas, pró bônus -
em gozos alucinantes,
entre carinhos de amantes, 
em nossa performance então delirante, 
fostes em nós,
matéria prima, 
               (o que enalteceu)
(d)a nossa poesia.

(fim)

'Nem tudo que tá escrito, é a essência daquilo qu'aconteceu'