20 (e um) dias
Ouvi dizer,
são só 21 dias:
tu começa,
tu faz
e do nada,
tu quer.
Assim como te quis
Do meio
ao fim
Pois do começo,
não foi
e tu sabe.
Mesmo assim,
doou,
dispôs:
teu tempo
teu jeito
Ah, moreno...
que jeito?
Tu fez
de tudo
tão pleno
e agora,
do nada
seco,
feito feno
parece tão
pequeno,
sem jeito,
nem ao menos
olhou ao teu redor.
Te pergunto
vinte dias atrás,
onde estava tu?
Quis o quê?
Pois nem parece mais
o mesmo colo
que me fazia perder
a noção do solo.
Acomodei-me
no sofá
e perguntei:
O que quer ele?
Criar um novo hábito?
Pois de vinte e um dias
eu quero um
pra mim
e pra tu.
Só que tu
te acomodou
e tristemente,
não foi no sofá
Foi em mim,
em nós.
Roubando um ‘s’,
deu nó
em tudo que pôde
e só te resta
um dia:
pra reconstruir
um chafariz
em mim
e me deixar
feliz.
Mas depois de tudo isso
não duvido,
até prevejo
que tu vira
e tu diz
‘’Ora, nunca te quis’’.
E de vinte e um dias
eu só queria um
Pra mim
e pra tu.