Espanto

Vivo de assombro

Qualquer barulho lá fora

chama cá dentro.

O murmúrio do vento,

a chuva tocando a janela

minha alma vive à espreita.

Dentro de mim sou puro som

Um canto em meu silêncio.

Grita dentro de mim

acoado,

o tempo!

Ao sopro de uma tempestade

raios e trovões

me trazem espanto,

Assombração.

Dentro de mim

a alma entoa

o canto de uma sereia,

chama o amor,

Àquele primeiro,

Que no oceano escondeu-se

por receio de amar,

o medo.

Paula Belmino