OLHAR DE AQUARELA...

Eu não sei viver sem um amor,

Eu tenho que estar amando,

Sendo amado, sonhando,

É como um vicio em pango, cocaína...

Acontece que o fim de cada estória,

É sempre o prelúdio de outra estória,

Sempre de amores quase impossíveis,

Existentes entre o presente e o passado...

Que insiste em chamar-me de volta,

De maneira íntima pela alcunha minúscula,

Micro talvez,

De momentos de intimidades únicos, um a cada vez...

E por falar de intimidades,

Quero confessar-te meu arrependimento,

De excesso de nobreza em sua sala de livros,

Tua nuca, minha mão, teus ouvidos, meus segredos...

Nunca fui tão homem como alí,

Nunca fostes tão cio quanto em mim,

Teu hálito misturado ao meu,

De um beijo que de arrependimento,

Não morrerei eu...

Olhos fixos no abismo das almas,

Tua crina em minhas mãos,

Tua cintura enroscada às minhas pernas,

E nossos olhares ternos, tenros, tentando... não tentar...

impossível...

Nunca acatei ordens de ninguém,

Jamais aceitei um tom mais altivo que o meu,

Mas em ti, nos momentos em que a estrada nunca findava,

Eu encontrei a voz doce a me comandar, domar, calar...

Passamos despercebidos?

Não...

Erramos por isso?

Igualmente não...

Arrependimento não faz morada na segunda chance,

A segunda chance não comporta desperdício de tempo,

O tempo não dá tempo a ninguém de se recompôr,

E se recompôr não implica em recolher as vestes largadas pelo chão...

Eu nunca fui tão teu quanto agora,

E você nunca esteve antes tão disponível,

Aos beijos, aos toques, aos fetiches meus, seus,

E eu só sei amar assim, bestialmente, como tu temes...

Desejas...

A hora dos amantes é a aurora,

A hora dos amantes é qualquer hora,

Que se deseje beijar, sarrar, amar,

Devorado por um desejo que brilha nos olhos...

E por falar em olhos,

Por onde anda a nossa foto predileta?

Aquela, quase aquarela, de nosso momento atleta,

Rasgada... restaurada... deletada... escondida... adorada...

Mais uma vez o destino marcou o encontro das horas,

Mais uma vez será o espaço vazio que nós juntará,

Espaço que nem eu e nem tu demos causa de existência,

Mas que juntos, daremos existência no vazio criado em nós...

Até que não faça mais sentido... Esperar para gozar... amar...

ELIZIO GUSTAVO MIRANDA DOS SANTOS
Enviado por ELIZIO GUSTAVO MIRANDA DOS SANTOS em 08/07/2017
Reeditado em 16/07/2017
Código do texto: T6048685
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