Velho tamarindo
Ao passar ao largo da antiga escola
Diviso a silhueta da centenária árvore
A abrigar em sua frondosa copa
Os sonhos dos jovens de hoje
Como fizera com os do meu tempo
Nos anos de minha juventude
Sobrevivente de um passado distante
Imerso no território enevoado da velhice
Lembranças pululam em minha mente
Repasso desejos, esperanças, sonhos
Alguns realizados, outros nem tanto
Qual miragens desbotadas
Pelo perverso algoz chamado tempo
A velha árvore acende-me a saudade
Faz-me retornar ao princípio
onde tudo era antigamente
e o tempo não havia envelhecido
Faz-me lembrar das juras e promessas
feitas sob o abrigo de sua protetora sombra
e o melodioso farfalhar de sua acolhedora copa