A obra inimaginável de um deus, um pássaro livre,
uma criança poderosa ou a claridade em visita ao sangue
Sabes que nunca o detive,
pra que voaste, pra que voltaste
e pra quando te quiseste ficar
Mas homem, ah homem... não te somes !
Não provoques que te vou à procura
e te cravo as unhas e a boca demoníaca
e te lavro a fogo, com a língua ardendo
por ti acima !
Não te somes ou te cato aos ventos do mundo
e te boto brasas
e beijos terríveis às capitais do corpo !
[ Quando te penso,
uma criatura insaciável desponta dentro da minha serenidade interior,
ardendo os silêncios, queimando as imagens,
ferozmente ]
Homem, tu sabes...
Entre tuas mãos fervilha a agudez de toda a minha vida,
todas as minhas urgências !
Ficas pois junto... Ficas fundo !
Fincas-te onde o coração se cose à garganta
e a alma se faz escutar.