A obra inimaginável de um deus, um pássaro livre,
   uma criança poderosa ou a claridade em visita ao sangue
   Sabes que nunca o detive,
   pra que voaste, pra que voltaste
   e pra quando te quiseste ficar


   Mas homem, ah homem... não te somes !
   Não provoques que te vou à procura
   e te cravo as unhas e a boca demoníaca
   e te lavro a fogo, com a língua ardendo
   por ti acima !

   Não te somes ou te cato aos ventos do mundo
   e te boto brasas
   e beijos terríveis às capitais do corpo !
   [ Quando te penso, 
   uma criatura insaciável desponta dentro da minha serenidade interior,
   ardendo os silêncios, queimando as imagens,
   ferozmente ]

   Homem, tu sabes...
   Entre tuas mãos fervilha a agudez de toda a minha vida,
   todas as minhas urgências !

   Ficas pois junto... Ficas fundo !
   Fincas-te onde o coração se cose à garganta
   e a alma se faz escutar.




 


DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 05/07/2017
Código do texto: T6046374
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