O ESPINHO DO AMOR
Como a deliciosa laranja
Que foi partida por ti,
Meu coração está aqui
Partido, espetado, inflamado...
Aqui está ele, batendo pouco,
Cansado, sangrando, chorando.
Eis o grande cravo afetivo
Que tu despertartes nele:
É o espinho do amor,
É o espinho da dor.
Ah! Como dói meu peito
E, eu, então, já sem jeito,
Ponho-me a pensar, a imaginar;
Mas, só penso, só imagino
No teu corpo de espuma,
No teu beijo molhado,
Na tua face tão pura,
No teu olhar inocente,
Na tua fala musicada,
No teu sim pra mim,
Na tua fidelidade
E na felicidade
De tê-la conhecido.
E, agora, estou sozinho
Curtindo esse espinho
Que perfura e fere,
Que queima e arde,
Que me faz sofredor,
Pois fortes a una flor
De um intenso amor.
Minha mente gela,
Minh' alma grita
E meu corpo fixa
As raízes desse espinho
No vasto solo existente
Dentro de mim: o coração!