SABERÁ
Quando partir,
saberá
como dói a dor de uma saudade;
E, depois, então,
vai aprender que esta mesma saudade
tem cor,
e, sobre ela vai desenhar
suas histórias;
Saberá como é triste
contar os dias, e no final,
não ser lembrado por ninguém;
Não saberá explicar,
como se permanece bêbada
sem nada beber;
Não saberá o por quê
os olhos denunciam,
que estão nadando em areia
sem que tenham chorado;
Bão saberá relatar
a extensão de uma solidão,
quando estiver sozinha
em sua cama;
Perderá a noção das estações
do ano,
e, não terá como dizer
em que empo chegará a primavera,
pois, estará sob o domínio
de um interminável inverno;
Não terá condições de
distinguir entre um jasmim e bromélias,
a não ser
enumerar suas seqüelas;
Saberá como ser prisioneira,
convivendo em uma multidão
como sendo a última,
ao invés de ser a primeira;
Conhecerá o gosto
da tristeza,
quando os dias ensinarem
a degustar seus indesejáveis desgostos;
Compreenderá enfim,
o valor de um sólido sentimento,
o viver na felicidade,
assim como no passado,
quando o teu vulto foi amado...