Elegia ao sectarismo:
Léa Ferro
Perdoa-os, amor! Perdoa d’algum jeito
A indif’rença e o vocábulo imperfeito
Dos desprovidos de dulcíssima paixão.
De certo, são pessimistas por excelência
De versos, tem quase nenhuma referência
E são dotados de total alienação.
Seguem por frias ruas, ermos caminhos,
Titubeiam entre as margens e quimeras,
Provam do sabor do sal, ignoram vinhos.
Quem sabe, toca-lhes n’alma a primavera,
Tropecem em risos fartos, borborinhos,
Encontrem vagões etéreos, vidas sinceras.
Quem sabe, amor! Co’a lua surgindo
Distraídos (d’amor) que são, gentilmente,
Se lancem em horizontes infindos.
Descansem os amargurados olhos do mundo
Na hora do sol que recolhe o dia regente
E repousa nos braços da noite, amor fecundo.
Quem sabe, mergulhem mares profundos
Pr’acalentar os sertões em seus peitos
E compreender dest’amor que nos é de direito.
Léa Ferro
Perdoa-os, amor! Perdoa d’algum jeito
A indif’rença e o vocábulo imperfeito
Dos desprovidos de dulcíssima paixão.
De certo, são pessimistas por excelência
De versos, tem quase nenhuma referência
E são dotados de total alienação.
Seguem por frias ruas, ermos caminhos,
Titubeiam entre as margens e quimeras,
Provam do sabor do sal, ignoram vinhos.
Quem sabe, toca-lhes n’alma a primavera,
Tropecem em risos fartos, borborinhos,
Encontrem vagões etéreos, vidas sinceras.
Quem sabe, amor! Co’a lua surgindo
Distraídos (d’amor) que são, gentilmente,
Se lancem em horizontes infindos.
Descansem os amargurados olhos do mundo
Na hora do sol que recolhe o dia regente
E repousa nos braços da noite, amor fecundo.
Quem sabe, mergulhem mares profundos
Pr’acalentar os sertões em seus peitos
E compreender dest’amor que nos é de direito.