Sobre quando sentimos e o que acontece

Hoje entendo a passagem prematura de nosso antigos poetas.

Eles sorviam a tristeza por um desencanto de amor.

Bebiam qualquer cachaça para afogar a dor.

E disso tudo surgia a alma arrebentada.

As palavras no papel. As melodias no violão..

As serestas à beira da porta ou da janela da malvada amada.

Que lhe virou as costas e não abriu seu coração.

E nas noites frias se ouvia.

Cantos....poemas em dó...mesmo que chovia.

E de tantos lamentos cantados e expostos.

A alma sossegava e o o corpo deixava.

Pois para coração há remédio...e para o corpo a pneumonia...

E a dor? Ah ..não mais existia...Do amor? Quem saberia?

Hoje entendo ...

Atualmente o que morre é nossa alma e nosso corpo sobrevive.

Vai vagando com ela dentro.....

E passam os dias com o choro..com a tristeza embutidos em uma carcaça.

Um corpo bonito mas não saudável; pois tudo é relação: alma corpo e coração

Conseguimos seguir....sofrendo e mudos

Não cantamos....não expomos...mas sim; adoecemos.

E dificilmente admitimos.

Por vezes queremos. Sentir a dor da falta. A saudade.

Reviver em memória os momentos, os abraços o beijo, a vida outrora vivida.

Ou o platônico. Sofrer por alguém que não nota nossa existência.

Hoje optamos por “viver” com nossas amadas lembranças.

Optamos ( por vezes) ser feliz em outros “departamentos”.

Sim, conseguimos.

E deixamos aquela caixinha dourada especial em algum canto do coração.

O amor? Ah...o amor...aí sabemos.

Juanita Raquel Alves
Enviado por Juanita Raquel Alves em 30/06/2017
Reeditado em 30/06/2017
Código do texto: T6041623
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