Sobre quando sentimos e o que acontece
Hoje entendo a passagem prematura de nosso antigos poetas.
Eles sorviam a tristeza por um desencanto de amor.
Bebiam qualquer cachaça para afogar a dor.
E disso tudo surgia a alma arrebentada.
As palavras no papel. As melodias no violão..
As serestas à beira da porta ou da janela da malvada amada.
Que lhe virou as costas e não abriu seu coração.
E nas noites frias se ouvia.
Cantos....poemas em dó...mesmo que chovia.
E de tantos lamentos cantados e expostos.
A alma sossegava e o o corpo deixava.
Pois para coração há remédio...e para o corpo a pneumonia...
E a dor? Ah ..não mais existia...Do amor? Quem saberia?
Hoje entendo ...
Atualmente o que morre é nossa alma e nosso corpo sobrevive.
Vai vagando com ela dentro.....
E passam os dias com o choro..com a tristeza embutidos em uma carcaça.
Um corpo bonito mas não saudável; pois tudo é relação: alma corpo e coração
Conseguimos seguir....sofrendo e mudos
Não cantamos....não expomos...mas sim; adoecemos.
E dificilmente admitimos.
Por vezes queremos. Sentir a dor da falta. A saudade.
Reviver em memória os momentos, os abraços o beijo, a vida outrora vivida.
Ou o platônico. Sofrer por alguém que não nota nossa existência.
Hoje optamos por “viver” com nossas amadas lembranças.
Optamos ( por vezes) ser feliz em outros “departamentos”.
Sim, conseguimos.
E deixamos aquela caixinha dourada especial em algum canto do coração.
O amor? Ah...o amor...aí sabemos.