Devoção

E amei-te, tanto, tanto

que o coração permaneceu imaturo

sufocado de um sentimento

que não o deixava respirar.

Amei-te ainda, quando nem eras

e no meu sonho, ainda informe

projetado entre as câmaras do céu

amei-te face imaculada, ainda nu.

Amei-te com zelo

à ferro e fogo, pelas estradas da alma

amei-te sofregamente

como a estrangular o peito.

Amei-te em segredos

à luz da noite, no suor da pele

á fina flor, em lágrimas na lágrima,

amei-te no mais profundo do ser.

E quando enfim resolvi deixar de amar-te

_Basta! É o fim!

Percebi que o fim era o início,

nunca morreria o imenso amor dentro de mim.

Paula Belmino