Utópico acordar

Era linda, poesia em dia de chuva, aroma de café e livros, composição na escala de fá, era gemido e gritos;

Sorriso ao vento, cabelo ao sol;

Eu era a esquina, ponto final;

Dia nublado, folha no quintal, voz tímida e rouca, olhar perdido;

Eu era a noite fria, e ela abrigo;

Dois mundos largos, opostos;

Estradas norte e sul;

Sol e lua, Caim e Abel;

Eu era inferno e ela céu;

No lugar caos ela sorriu, e houve paz;

Ninguém dava nada por mim, ela era a maior das certezas;

Eu tinha um jeans velho, ela tinha jeans em gavetas;

Ela sorriu, eu sorri: "Éramos".

Olhares,

Lábios úmidos,

Mãos trêmulas,

Eu suava frio, ela olhava sorrindo;

Dona de si, de mim, do mundo;

Eu que andava perdida só ganhei certeza.

Eu que não acreditava no amor, ela que nunca amou,

Eu que desejava ser amada sem acreditar que pudesse existir, ela que

me ensinou;

Abraços,

Beijos,

Amassos,

Corpos,

Almas,

Lábios e seios,

Línguas e vulcões,

Convulsionava a cada toque;

Viva e vivaz;

Denso e voraz;

Morte ao medo!

Ela

Eu

Eu

Ela

Pronomes e nomes;

Casa, lugar;

Sonho, realidade;

Saudade da voz,

Do toque,

Da "sensação".

Quando eu e ela não só faz sentido como faz sentir ... AMOR!

Em desuso nas relações por parecer utópico.

Utópico, é onde vou morar com ela;

Livros, café, brisa e de "brisa";

Acordar e dormir utopicamente.

Gabi Vilamar
Enviado por Gabi Vilamar em 29/06/2017
Código do texto: T6040412
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