Queres
E nessa dor de rio que não passou
De sol que não iluminou
De estradas não percorridas
Mãos não tocadas, lábios sem selos...
Essa mania de ser repleto me fez incompleto
Não daria nada por mim, por essa tristeza que invade
É o vento sem árvores
É chuva sem goteira
É pé no chão sem poeira...
Arrasa-me saber dessa pouca intensidade e o absurdo da saudade
Contrariando a lógica da vida em mais um motivo para despedida
Aranhas tecendo artimanha, abelha cerceando mel
Presa na doce esperança que não mais alcança a liberdade
Prisão adocicada não alimenta coração, engana e é ilusão...
Não faz doer, não faz faltar
Ditar a presença é tão sofrer quanto interromper o querer...