Fria manhã de domingo.
Hoje eu desejei os teus lábios,
Eu os desejei logo que eu a vi,
Era manhã,
Fria manhã de um calmo domingo,
E lá estava você,
Vestida de majestade e beleza,
Com um universo de estrelas cintilantes em seu olhar,
Os teus lábios em suaves movimentos,
Na pronúncia delicada de doces palavras,
E o teu corpo tão perfeito,
Com curvas tão delirantes,
Eu apenas observava,
Quieto em meu canto, abismado, sem reação,
E você aproximou-se,
Sentou-se ao meu lado,
O seu perfume de flores do campo,
O teu perfume que até as flores encantam,
Enlouqueceu-me naquele instante,
Quisera eu beijar-te a face em ardentes beijos,
Quisera eu ser o alimento de teus lábios,
Sentir nos meus a doçura do amor,
Teu encanto, cheio de mistérios,
E os teus mistérios, no encanto silencioso do olhar,
Mas eu era apenas um espectador,
Naquela fria manhã de domingo.
O insano desejo de minha mente,
A incontrolável vontade de teus beijos,
E este teu sorriso mágico,
Tão perfeito,
Tão alvo como a branca neve,
Um discreto sorriso,
No formato desejável desses lábios,
Já o meu desconcertado sorriso,
Revelando toda minha admiração,
Revelando o quanto você me domina,
E o teu poder sobre mim,
Deveras é mesmo absoluto,
Quisera eu,
Ser como o beija flor,
E arrancar da seiva virgem de teus lábios,
O doçura de cada beijo de primavera,
Mas sou apenas um velho poeta,
Observando de seu silêncio,
O magnífico ser ao meu lado,
A cada palavra dita,
A cada sorriso despretensioso,
A cada toque involuntário de tão macias mãos,
Por dentro eu me enlouqueço,
Por dentro eu te desejo,
E como eu gostaria de revelar-te estes por menores,
Minha alma guarda tão grande amor,
Maior que o próprio peito.
Perdoe-me a indiscrição,
Perdoe-me a indelicadeza das palavras,
Mas eu não pude resistir,
Meus olhos enfeitiçados não desistiram,
Na contemplação de algo divino,
A curva delicada dos teus seios,
A cor excitante da sua pele,
O sutiã levemente solto,
Revelou-me ainda mais,
Meus olhos não resistiram,
Então enlouqueci,
Na perfeição de teus seios juvenis,
Na auréola rosada,
Tal qual a flor do amor,
Plantada no jardim dos deuses,
A enlouquecer os poetas ingênuos,
Talvez sim... Eu... Poeta das madrugadas,
Talvez sim... Eu... Esteja mesmo enlouquecido por ti,
Mas diga qual criatura não estaria?
As horas passaram-se rapidamente,
Em um instante,
Eu continuei a observá-la,
E você, anjo ledo,
Se quer percebeu a loucura em meu olhar,
Mas eu sou este poeta louco,
Perdidamente apaixonado,
Sou como o beija-flor que sonhou com a rosa,
Ou talvez eu seja a rosa que sonhou com o beija-flor.