Ao pé do vento
Ao improviso cinza da manhã,
sentei-me ao pé do vento que insistia
como por travessura ou sentimento,
bulir a flor pousada na janela.
E tão assim, exausta de vontade,
ela se erguia nua à cor e pelo,
e ao mover-se, leve e fugidia,
caía aos olhos como fosse parte.
À primavera a celebrar o inverno,
como poeta eu quis pausar o tempo.
A chuva fina molha sem sapatos meus sapatos (no poema) sem sapatos
e um o meu poema a conservar o instante. (meu jeito manso