Despedida

Sigo-me fora do destino

Em passos largos me largo

Em pleno caos me desfaço

Dispersa ao que sinto

Por dentro me perco

Não me julgo e não me culpo

Apenas me desconheço

Hoje o nada espero

Se o abraço vem sincero

Aqueço-me e esqueço

Que a vida no inverno

Tem o seu adereço

Os dias em vão se fartam

Os meus – esvaziam

Não me encontro no duelo

Sem apelo e sem apego

Para o meu desespero.

O amor se perdeu mais cedo

No meu ultimo suspiro

Quero um coma profundo

Alheia aos meus devaneios

Desfaço-me deste enlaço

De um mundo traiçoeiro

Foi-se a inquieta alma

No embalo do seu tempo

Partiu um bem querer.

Nas curvas do vento

A morte não foi julgada

Culpada ou inocente.

Por levar tão de repente

Um admirável inconsequente

Despedaçada estou

Como um vaso que quebrou

Ao descobrir que o boêmio das noites sublimes

Dos palcos da vida / madrugadas sem fim

Era o poeta insano dentro de mim.

Claudeth Oliveira
Enviado por Claudeth Oliveira em 23/06/2017
Código do texto: T6035542
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