Saudade Inóspita

Esta saudade inóspita

que me invade o peito,

quero que ela zarpe pela janela,

em voo perfeito.

Ponho numa pista de pouso,

tudo que me incomoda em decolagem,

tristezas e esta saudade inóspita,

menos a tua miragem.

Pois a tua miragem é o mais perto,

o mais perto que tenho de ti,

as luzes se acendem em linha reta

e vejo tudo que me incomoda partir.

Fico na espera de te ver chegando,

quem sabe numa aterrissagem inesperada,

quem sabe planando, tendo meus braços de destino,

a alma desiludida, se faz loucamente apaixonada.

Concomitantemente sinto esta saudade inóspita,

misturada com a vontade exorbitante de te ver,

vejo a noite escura a tonar o céu sublimemente

e meu coração estarrecido de amor, segue sem entender.

Os grilos fazem uma paródia da música da vida,

o vento sopra gelado e intensamente,

a inibição já não mais me convém

e a saudade inóspita me vem incessantemente.

Lua, vento, noite, pista de pouso,

e a escuridão mais azul a tonar o céu,

e esta saudade que me incomoda a alma,

mais parece a condenação do réu.

Perco o controle e a noção dos fatos,

você é meu planeta e em teu abraço, eu sigo em órbita,

que a tua gravidade nos aproxime repentinamente,

pois não aguento mais esta saudade inóspita.

Ricardo Letchenbohmer
Enviado por Ricardo Letchenbohmer em 22/06/2017
Reeditado em 22/06/2017
Código do texto: T6034009
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