"PÍNDAROS", "RAFAÉLICAS" E " EVANGELISTAS"
Como eu queria poder contar a minha estória...
Não aquela que todos sabem,
Mas aquela que somente eu e tu sabemos.
Uma estória que começou antes mesmo de nascermos,
E que hoje, já conta com 9.493 dias, 22 horas e 25 minutos,
Mas a contagem continua... Assim como a dor em nossas almas,
Que jamais cessou em nós.
Eu te amei loucamente...
Você me amou perdidamente...
E nos meus braços achou-se...
E frutificou... Conseguindo viver longe de mim...
Eu tenho morrido um pouco a cada dia,
E por mais eu que tenha buscado o beijo da morte,
Ela, a dama da foice, jamais veio colher-me,
"És dela! És dela... Não te levarei"!
E assim como uma velha oliveira fui vendo,
O tempo passar, dia após dia,
Uma noite insone após a outra,
Um cigarro depois de outro,
Um gole de porto após o outro...
Deixei de ser homem e virei árvore...
Uma oliveira velha que pensou jamais frutificara,
Vi uma cidade mudar ao meu redor mas nada mudou,
Eu ainda estou lá, gravando a canivete um amor que passou,
Mas que deixou dois prisioneiros e um Salvador,
Aquele que, um dia, nos libertará da culpa que não é nossa...
Da dor que a maldade, o ódio, o preconceito nos causou...
Ainda hoje me faço perguntas inúteis,
Coisas de "Píndaros" como eu e o Evangelista,
Que ficam sem respostas,
Coisas de românticas "Rafaélicas" como tu e o Evangelista...
A cada dia que passa,
Sinto-me mais e mais transpátrida,
"Homem, torna-te no que és"...
Ecoa dentro de mim!
Quero fugir...
Mas certa vez um homem sábio,
Felipe Grinner, meu "Chever", disse:
"Aonde você for poeta, seu eu-lirico irá também..."
Ficar...
Partir...
Partir...
Ficar...
O que a terra separa,
A abóboda celeste une...
O que o homem separa,
Deus une... Ou não.
Em um Campo Santo,
Arde Uma Mulher em Chamas,
E Sentado, Um Evangelista Pregará,
E queimará velhos papiros há muitos anos escritos,
E a verdade nós libertará...
Para partir...
Para ficara...
Para finalmente... Recomeçar.