* Adoça-me *
"... Não prenda-me em tuas gaiolas invisíveis.
Sujas intenções de clausura,
A amargura se faz em gestos vis.
Gosto amargo na boca,
Adoça-me !
Dê-me tragos de licor de anis.
Preciso acalmar essa febre,
Refugiar-me em um casebre,
Necessito aniquilar esses dias febris.
Não cale-me a boca,
E se for fazê-lo,
Que seja com beijos insanos.
Profanos,
São os pensamentos que tua mente fabrica,
Nada do que falas,
Me cala,
Nem explica.
Apenas implica,
No meu modo torto de ser,
E ver,
E assim te vejo,
Cárcere de si próprio.
Fazes disso embrolhos,
Pra então depois,
No pedido de desculpas,
Alma cálida!
Torna-te dois,
Para retirar de mim,
Apenas um sim,
E tudo recomeça,
De trás pra frente,
Interminável,
Intermitente,
Germinando no perdão a semente,
E colocando na mágoa,
O fim!..."