* Adoça-me *

"... Não prenda-me em tuas gaiolas invisíveis.

Sujas intenções de clausura,

A amargura se faz em gestos vis.

Gosto amargo na boca,

Adoça-me !

Dê-me tragos de licor de anis.

Preciso acalmar essa febre,

Refugiar-me em um casebre,

Necessito aniquilar esses dias febris.

Não cale-me a boca,

E se for fazê-lo,

Que seja com beijos insanos.

Profanos,

São os pensamentos que tua mente fabrica,

Nada do que falas,

Me cala,

Nem explica.

Apenas implica,

No meu modo torto de ser,

E ver,

E assim te vejo,

Cárcere de si próprio.

Fazes disso embrolhos,

Pra então depois,

No pedido de desculpas,

Alma cálida!

Torna-te dois,

Para retirar de mim,

Apenas um sim,

E tudo recomeça,

De trás pra frente,

Interminável,

Intermitente,

Germinando no perdão a semente,

E colocando na mágoa,

O fim!..."

Agridoce P
Enviado por Agridoce P em 21/06/2017
Código do texto: T6033660
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