De tortura e de saudade
Ordenaram ao meu coração,
Como soldados em batalha,
Proibiram-me, ameaçaram-me,
Não posso mais amar, assim determinaram.
Como um cão açoitado eu fiquei,
Vaguei pela cidade,
No caminho minhas lágrimas caíram,
Exausto, em uma calçada desmaiei.
Nesse estado, por toda noite eu fiquei,
A chuva veio e o vento frio também,
Sem forças acordei, mãos estendidas havia,
Mas era só miragem.
A chuva se despediu, o dia foi chegando,
As estrelas foram embora,
E eu na calçada continuava,
Com ela estava sonhando.
Sujo e todo molhado,
Sem rumo e sem vontade,
Com passos vacilantes eu parti,
O sol nascia no horizonte, mais um dia,
Um dia de tortura e de saudade.