Rasto
Tudo me diz de ti.
Estou na roda aberta dos afectos,
no círculo vermelho
onde o último pássaro voou livre.
És da minha pele e ardes-me
no sangue atormentado.
Nenhuma outra voz me serve,
nem noutra boca beberei.
Escrevo o teu nome nos caminhos
e procuro-te onde a terra adormece
o sono das pedras,
o esquecimento do tempo,
o vazio olhar das estátuas.
Procuro-te no corpo que me deixas
como casca da tua maravilha.