Rasto

Tudo me diz de ti.

Estou na roda aberta dos afectos,

no círculo vermelho

onde o último pássaro voou livre.

És da minha pele e ardes-me

no sangue atormentado.

Nenhuma outra voz me serve,

nem noutra boca beberei.

Escrevo o teu nome nos caminhos

e procuro-te onde a terra adormece

o sono das pedras,

o esquecimento do tempo,

o vazio olhar das estátuas.

Procuro-te no corpo que me deixas

como casca da tua maravilha.

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 18/06/2017
Código do texto: T6030404
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