A liberdade de espera
Hoje à noite o ar estará calmo
As calçadas estarão mornas
E úmidas em toda extensão
Todas as janelas, abertas,
Mesas e cadeiras sobre as calçadas
Simplesmente dispostas
Como lebres faceiras,
O dois iremos num par perfeito,
Em leves brancos tecidos
Caminhando por entre as luzes
Minha média estatura poética
Fará companhia a sua doce melodia
Com leves sons mais suaves
Que o ritmo da sua bossa
Iremos, os dois noite adentro.
Num elo firme de forças
Com belos selos de horas
E a liberdade do instante
Eu no ritmo livre das cores
Você na unidade das formas
Ambos imundos de amor
Pelas praças das eras
Os dois na esperança da vida
Num detalhe da tela
A um banco de espera.