Adeus, quanto a Verona

A cada passo,

a cada andar,

seu jeito de me olhar,

até os relances ao mexer.

Sou fraco

por desistir de te amar

e caminhar

tecendo sentimentos ao descer.

Cada vez mais apaixonado,

já não posso te chamar de amor.

Corto em pedaços

meus sentimentos tão profundos

quanto o gelo de seu coração

Tão frio

quanto a profundidade de meu amor

em uma superfície abrupta.

Romances vão

e tudo se torna claro

e ao mesmo tempo, escuro.

A ambiguidade surge confrontando

cores que nós mesmos criamos.

Seus olhos,

Seu corpo,

Seu toque,

Você.

Após o prólogo,

estou morto,

é tão forte...

Nós.

Nós e a morte da relação,

a amizade será nada mais que um vão.

Ah como eu te amo,

como sentirei falta

de tudo que passamos,

da história do presente,

do futuro do passado

que não se realizará.

Meus olhos encharcados

querem chorar,

aos poucos

lágrimas caem em gotas

nesse reciclável papel-marrom.

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Aos poucos respiro

as últimas gotas de um ar rarefeito

que ainda há de ousadia

dispor-se para mim.

Um tubo e meio de oxigênio

que aos meios se acaba

em uma chance de tragar.

A cada trago lamento seu abandono,

trago na ponta do cigarro minhas angústias,

cinzas que esvaecem no chão

como cada gota de lágrima escorrida

e beijos no anel de sua mão direita.

Seus olhos castanhos já não me procuram mais,

porque não há caminhos na solidão.

Marquês de Verona
Enviado por Marquês de Verona em 13/06/2017
Código do texto: T6026730
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