Adeus, quanto a Verona
A cada passo,
a cada andar,
seu jeito de me olhar,
até os relances ao mexer.
Sou fraco
por desistir de te amar
e caminhar
tecendo sentimentos ao descer.
Cada vez mais apaixonado,
já não posso te chamar de amor.
Corto em pedaços
meus sentimentos tão profundos
quanto o gelo de seu coração
Tão frio
quanto a profundidade de meu amor
em uma superfície abrupta.
Romances vão
e tudo se torna claro
e ao mesmo tempo, escuro.
A ambiguidade surge confrontando
cores que nós mesmos criamos.
Seus olhos,
Seu corpo,
Seu toque,
Você.
Após o prólogo,
estou morto,
é tão forte...
Nós.
Nós e a morte da relação,
a amizade será nada mais que um vão.
Ah como eu te amo,
como sentirei falta
de tudo que passamos,
da história do presente,
do futuro do passado
que não se realizará.
Meus olhos encharcados
querem chorar,
aos poucos
lágrimas caem em gotas
nesse reciclável papel-marrom.
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Aos poucos respiro
as últimas gotas de um ar rarefeito
que ainda há de ousadia
dispor-se para mim.
Um tubo e meio de oxigênio
que aos meios se acaba
em uma chance de tragar.
A cada trago lamento seu abandono,
trago na ponta do cigarro minhas angústias,
cinzas que esvaecem no chão
como cada gota de lágrima escorrida
e beijos no anel de sua mão direita.
Seus olhos castanhos já não me procuram mais,
porque não há caminhos na solidão.