Madrugada fria.

Madrugada fria,

Transeuntes encapuzados

Cabisbaixos no frio intenso,

Transeuntes sem destino,

Parecem caminhar a esmo,

A rua deserta,

A alma inquieta,

Vagos faróis ao longe,

Fosco lume indeciso,

Ébrios por trás do volante.

Madrugada fria,

O coração em desespero,

A alma grita,

Prisioneira em calabouço de ossos,

Vagas emoções e pensamentos imperfeitos,

Meu olhar moribundo,

Buscando no escuro profundo,

Alguma razão sem sentido,

Qualquer mesmice que me distraia.

Madrugada fria,

Eu me recolho na minha insignificância,

Eu me encolhi no canto sujo,

Homem sem vida me tornei,

Me tornei homem sem sonhos,

Foi-se o brilho de meus olhos,

Esvaiu-se entre os dedos a vida,

Meu fôlego que enlaça à dor vivente,

Talvez eu nunca mais o tenha.

Madrugada fria,

Meu pensamento lá em você,

Anjo ledo sem asas,

Parada em minha frente,

Então minha mente insana,

Em desejo se inflama,

Te projeto em faces alheias,

Talvez eu enlouqueça,

Talvez eu te esqueça,

Talvez eu nunca mais a veja,

Apenas um talvez.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 12/06/2017
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