Sobre cigarros, poesias e saudade
Por destino o por necessidade meu cigarro acabou,
e como naquela noite decidi sai e
sentei-me em uma escada qualquer,
o vento dessa vez não atingia nossos corpos,
nem os lençóis pelos quais ela
timidamente
escondia seu pedaço de infinito,
ele apenas faz a fumaça dançar no ar
e lembrar das nossas mãos unidas,
enquanto eu a mostrava as constelações que conhecia,
"para que haveríamos de ter medo do tempo?
ele está em nossas mãos"
ele é nosso agora.
Ou pelo menos era.
A manhã nasceu melancólica,
me fazendo lembrar dos olhos tristes no último dia que a vi,
e os cigarros não tem mais o mesmo gosto de quando eu sentava no sofá,
acendia o primeiro
e a observava,
me perdendo nos desenhos dos teus olhos.
Já nos afogamos no vermelho,
já criamos universos,
e se hoje ela me perguntar de onde vem minha calma,
posso responder que vem da sua letra
ainda guardada no meu caderno.