OBJETO UTILITÁRIO
Gostaria de estar pertinho de você,
como algo que lhe fosse utilitário.
Mesmo que fosse um simples objeto,
que satisfizesse suas necessidades.
Se, fosse o prendedor de seus cabelos,
saberia do que se passa em sua cabeça
e se você pensa ou não em mim.
Se, fosse os seus óculos,
ficaria sobre seu nariz
embriagando-me com a luz de seus olhos,
enquanto lhe mostraria os obstáculos
que acaso você possa tropeçar.
Se, fosse seu par de brincos,
levaria toda minha vida
dependurado em suas orelhas.
Assim poderia dizer-lhe sempre
e bem ao pé de seus ouvidos,
o quanto eu a quero bem.
Enquanto pedir-lhe-ia,
para que você não me deixasse jamais.
Se, fosse seu batom,
me deliciaria por inteiro
ao ser esfregado em seus lábios,
contornando sua bela boca.
Se, fosse seu sutiã,
estaria sempre colado a seu peito
ouvindo as batidas de seu coração.
Se, fosse sua calcinha,
estaria sempre em contato
com seu colo quente e desejado,
por sonhos ainda não realizados.
Se, fosse seu calçado,
poderia lhe proteger aos pés
para que você não dê passos errados
e conduzir-lhe-ia por caminhos agradáveis,
que certamente você
jamais imaginaria conhecer.
Gostaria de ser qualquer coisa.
Qualquer objeto de sua utilidade.
Pois só assim eu teria a certeza,
de lhe estar sendo agradável
e que você necessitaria de mim,
para compor o seu dia-a-dia.
Bom Despacho (MG), 14 de março de 2006.