LOUCURA, SILÊNCIO E MORTE.
Por favor, não chore...
É tarde para um arrependimento.
Mais tarde ainda para voltar atrás
e estilhaçar-se á meus pés.
Antes, sorria da infelicidade,
a que foste procurar,
com a certeza de que tu eras,
detentora da luz do dia
e a única dona da verdade.
A emoção a atraiu tanto,
que a razão perdeu seu encanto.
De nada vale ofertar brilhantes,
á quem esta se afogando.
Quem sabe, se um peixe insano,
não aceitaria este suborno?
Não vale mais apenas, voltar.
Pois poderíamos cair na loucura,
como Hölderlin, na fúria como os Titãs,
no silêncio como Rimbaud,
ou até mesmo na morte, como Celan.
Não encontro palavras para confortá-la
e ainda sou capaz de dizer-lhe,
que uma volta seria um passo em falso,
um salto no espaço sem pára-quedas,
ou ainda, um navegar em barco furado.
Não almejo a loucura
e gosto muito do silêncio.
Contudo percebo que é tarde,
tarde de mais para voltar.
E muito cedo ainda, para a morte.
Nova Serrana (MG), 09 de dezembro de 2008.