Solo sagrado
Quem já amou sente as células das flores, contempla estrelas
em seus firmamentos, degusta o brilho que delas advêm!
O solo é sagrado,
não grita,
não oscila seus sentidos!
Quem amou não desaprende o que lhe foi dado por natureza,
pois, pra terra boa, só uma catástrofe pode revirá-la!
Causa-se então uma estranheza, angústia inexplicada,
mas ao amanhecer, em tempo hábil, tudo renasce,
o tempo torna a dor em alegria!
De sentinela eis uma multidão a preitear tais solos,
mas no que é sagrado não se pode tocar!
Há fineza de sementes escondidas,
camufladas por entre espinhos
que esquecidos dormem!
Milagres compõem o respirar
por entre os montes
do inexplicável!