Não abra os olhos
Feche os olhos e sinta minha boca encostando-se à sua... mas não apenas imagine, sinta verdadeiramente.
Não... não abra os olhos, segure minha mão, não desembarque dessa viagem sem mais nenhum passageiro... ela é só nossa. Nós é que vamos guiá-la.
Não... não abra os olhos, sinta nossos lábios se entreabrirem para o encontro de nossas línguas, para o início do que nos espera.
Não... não abra os olhos... essa sensação de calmaria e desejos que aumenta o calor do seu corpo, sou eu te abraçando em pensamento.
Não... não abra os olhos... Essas palavras que você ouve, mas não consegue entender, sou eu sussurrando em seu ouvido a minhas vontades, os meus bel-prazeres.
Não... não abra os olhos, sinta minhas mãos passeando por suas costas, seu colo, por suas partes proibidas... para os outros, mas não para mim.
Não... não abra os olhos, sinta as sensações que estou a lhe enviar. Sinta-me em cada desejo que lhe vir à tona.
Não... não abra os olhos, ouça a música que está tocando, encoste seu corpo no meu... vamos dançar. Sinta meus braços entrelaçados em você, sinta meu rosto junto ao seu. Novamente, sinta meus beijos.
Não... não abra os olhos, perceba cada peça de roupa que estou tirando de você.
Não... não abra os olhos, deixe-me conduzi-la ao chão, é aqui o destino de nossa viagem, é aqui que consumaremos o que desejamos.
Não... não abra os olhos, estamos a nos amar. Daquele jeito que só a gente sabe.
Não... Não abra os olhos agora.
Luiz Santos