Fiz-me poeta pra amar quem mais queria

Fiz-me oceano em frente ao mar

E mistério fui em meus segredos.

Fiz-me visionário ao caminhar

E joguei mais que afoito ante ao medo.

Fiz o que ninguém havia feito

E me perdi nos desertos das paixões.

Fiz-me volúpia, sei lá em um momento

Quando a alma já pulsava emoções.

Fiz-me poeta pra esconder os desatinos,

Lembrei de fato o lado obscuro coração...

Fiz-me magia num passado de menino

E como trato eu não suportei a dor do não.

Fiz-me mentiras ante a vida que escoria...

Calejei de fato a parte nua da razão.

Fiz-me poeta pra amar quem mais queria

E nesse dia eu descobri a ilusão.

Nelson Rodrigues de Barros
Enviado por Nelson Rodrigues de Barros em 10/08/2007
Reeditado em 10/08/2007
Código do texto: T601518