Amanhã será mais um dia de saudade.
Eu sou um homem triste di saudade
Que vive cada dia sem o ar da graça,
Sem a luz da vida nos olhos,
Por causa da falta duma mina
Que é minha sina
E dispensa rimas.
O amor abraçou o perdão,
E desse abraço nasceu a saudade,
E a saudade é uma dor di sete letras
Que não cabe no dicionário.
Eu sou um homem triste di verdade,
Mas pelo menos sou sincero.
O amanhã tá quase vindo,
E eu, que só saudade sinto,
O espero de mãos abertas
Com a lembrança do sorriso dela estampada em meus olhos sem vida & sem brilho.
Que venha, vida
E em mim viva, se quiser:
Manter-me-ei vivo,
Esperando-a voltar... (é só pra isso que vivo mesmo...)
É um viver sem sorrir
Essa espera,
Esse cárcere
Onde os muros são a ausência dela.
Não há vida depois da morte,
Assim como não há riso depois do amor.
Vejo in cada parede o nome dela desenhado,
Mas não a vejo
E isso é um fechar di olhos muito mais triste do que a morte.
A falta dela dói mais que tiro di 12...
& a própria poesia não é mais que nada diante dela:
Confusão léxica,
Oceano inútil di acentos & vírgulas
Que não é Ela.
Pois,
Para muito alén da vã, vil & vulgar poesia,
Ela nunca precisou di rimas pra ser Bela,
Muito menos sentimentos...
(...)