FILHA PRÓDIGA

Quando o inverno impiedoso,

vier bater á sua porta,

e você, se sentir sem resistência,

para superá-lo com firmeza.

Lembrar-te-á, por certo, de mim.

Quando seu corpo, mal agasalhado,

sentir o frio, cortar lhe na dor

e o vento solitário soprar,

em seus ouvidos, palavras de desamor,

certamente, lembrar-te-á de mim.

Quando tudo, for somente um imenso vago,

em todo seu arredor.

Quando não encontrares mais,

nenhuma mão amiga ou nenhuma boca capaz,

de lhe oferecer palavras que lhe confortarão,

e se sentires sozinha, abandonada e sem ninguém,

que possa lhe socorrer,

com certeza, há de se lembrar de mim.

E se sentires o desejo de vir a meu encontro,

para saciar-lhe a fome de tudo,

que o mundo não lhe pôde oferecer,

venha...

Venha, que eu estarei a lhe esperar,

com meus seleiros abarrotados de muito carinho,

afeto e uma grande admiração,

que sempre tive por você.

E ainda, para comemorar sua chegada,

pedirei que lhe tragam, os melhores vestidos,

os melhores calçados e os melhores perfumes.

E desde já, deixarei preparada uma imensa

e farta mesa, de muito amor para lhe receber.

Servirei lhe o melhor vinho,

acompanhado de um longo e saudoso beijo.

Colocarei em seu dedo o mais bonito anel,

e tudo será uma grande festa interminável,

com muita música e alegria.

Pois a filha pródiga, reconhecendo

a grande falta que sempre fez em minha vida,

resolveu finalmente voltar.

Seja muito bem vinda, minha querida.

Nova Serrana (MG), 11 de novembro de 2008.

Tadeu Lobo
Enviado por Tadeu Lobo em 29/05/2017
Código do texto: T6012808
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