FILHA PRÓDIGA
Quando o inverno impiedoso,
vier bater á sua porta,
e você, se sentir sem resistência,
para superá-lo com firmeza.
Lembrar-te-á, por certo, de mim.
Quando seu corpo, mal agasalhado,
sentir o frio, cortar lhe na dor
e o vento solitário soprar,
em seus ouvidos, palavras de desamor,
certamente, lembrar-te-á de mim.
Quando tudo, for somente um imenso vago,
em todo seu arredor.
Quando não encontrares mais,
nenhuma mão amiga ou nenhuma boca capaz,
de lhe oferecer palavras que lhe confortarão,
e se sentires sozinha, abandonada e sem ninguém,
que possa lhe socorrer,
com certeza, há de se lembrar de mim.
E se sentires o desejo de vir a meu encontro,
para saciar-lhe a fome de tudo,
que o mundo não lhe pôde oferecer,
venha...
Venha, que eu estarei a lhe esperar,
com meus seleiros abarrotados de muito carinho,
afeto e uma grande admiração,
que sempre tive por você.
E ainda, para comemorar sua chegada,
pedirei que lhe tragam, os melhores vestidos,
os melhores calçados e os melhores perfumes.
E desde já, deixarei preparada uma imensa
e farta mesa, de muito amor para lhe receber.
Servirei lhe o melhor vinho,
acompanhado de um longo e saudoso beijo.
Colocarei em seu dedo o mais bonito anel,
e tudo será uma grande festa interminável,
com muita música e alegria.
Pois a filha pródiga, reconhecendo
a grande falta que sempre fez em minha vida,
resolveu finalmente voltar.
Seja muito bem vinda, minha querida.
Nova Serrana (MG), 11 de novembro de 2008.