SONHO INUSITADO.
Hoje acordei desolado,
E a razão bem sei qual foi.
Tive um sonho inusitado,
Daqueles meio alucinados,
Relacionado com nós dois.
Envolvia fazer um soneto,
Disforme, em branco e preto,
Para dar-lhe como presente,
Uma lembrança especial.
Agora sei que ainda dormes,
E que não podes receber.
Mas isto não invalida,
Eu tenho a alma sentida
E os motivos sei por quê.
Faz tempo que não a vejo,
Isto aumenta meu desejo,
Quero cobri-la de beijos,
E acalentar meu coração.
Vou entrar por sua janela,
Aquela junto à cabeceira
Do seu leito no camarim.
Vou deixar-lhe o presente,
E antes que o sol aponte,
Eu prometo regressar.
Vou sair bem de mansinho,
Depois de beijar com carinho,
Sua face como um beija-flor
Não quero fazer barulho,
Vou voltar como entrei,
Quase sem ser percebido,
Sussurar aos seus ouvidos
O lindo poema que decorei.
Embarcarei nos raios do sol,
Descerei em algum coreto,
Para fazer um bom dueto
Com um rouxinol cantador,
Vamos cantar este "soneto",
Que fiz em branco e preto,
Pra você meu grande amor.