PENUMBRA
Se, cego fosse eu,
mais fácil seria caminhar,
sobre a penumbra e os abismos,
que diante a luz do dia,
refletida por seus olhos.
O vento me sopraria o rosto,
mostrando me o caminho certo,
enquanto que por você eu passaria,
sem ver seus lindos olhos,
a ofuscarem minha vista,
que não se cansa,
de procurar por você inutilmente.
Se, cego fosse eu,
certamente não teria,
esta dor inflamada no peito.
Minha vida alegre seria,
apalpando pelas paredes
e caminhando sobre precipícios.
Assim eu não haveria lhe conhecido
e poderia viver em paz,
numa penumbra total,
sem nunca pensar em lhe amar.
Nova Serrana (MG), 16 de julho de 2006.