Mares I

Meu mar, mar meu,

em que sede habitas

que não te saciam minhas lágrimas?

Mar meu, meu mar,

o que hei de achar em tuas ondas:

amor ou morte?

Meu mar, mar meu,

onde escondes teus mistérios

e a força de tuas correntezas

e tua maior beleza, a sereia,

essa que ouso namorar?

Meu mar, mar meu, quem és?

Como posso prender-te no papel

encher-me a alma enxuta

e ver em tuas ondas a luta

para ir e vir sem causas

à praia amar

maroleando um romance?