Lápide
Lágrimas caem,
Molham a terra seca,
Olhos tristes contemplam,
Na lápide fria inscrições,
Registros, saudades.
A memória busca,
Momentos bons,
Risos, abraços,
Aqueles beijos,
Suspiros, emoções.
Reviver quem sabe um dia,
De súbito um suave toque,
Mãos aquele corpo percorre,
Roçar de lábios,
Entrega, carinhos, magia.
Ela se despe, fica nua,
Sobre a lápide cena de amor,
Perfume de flor,
Êxtase, torpor.
Em silêncio e escondido,
A tudo isso eu assisto,
Nessa hora então,
Em meio aos túmulos,
Eu me retiro, desisto.
Não há chances para mim,
Nem a morte a fez desistir, ´
É uma paixão sem limites,
Para ela sou um morto vivo,
Ela prefere fazer amor com um espirito.