Aspas culpatória
Não me calo por consequência
Deste amor que me ignora.
Que me condena a tal sentencia,
Que me deixa ir embora.
Sem antes recorrer à outra instância,
A defesa deste coração que implora.
Que sofre com a cruel arrogância,
Do frio e injusto abandono lá fora.
Que humilde pede em clemência,
Em voz mansa e simplória.
Que deseja no amar a incumbência,
Do perdão da acusatória.
Que persiste com a insistência,
Com as cruas aspas culpatória.
Que mata o amor na leniência,
De o isolante errar ditatória.
Assim o coração pede sequencia,
Para que a solidão não nos enrola.
Deixando em nós a dura ausência,
Dos argumentos que nos arrola.
No corpo fica a demência,
Dos carinhos de outrora.
Deixando a inconstância,
Do tempo vira a hora.
E os versos sofre interferência,
Neste poema que se finda agora.
Para que não fique a intolerância,
Do sentimento que nele aflora.
Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.