FLOR DE INVERNO
Nos repousos que fazemos ao intervalo de cada dia,
Nas escolhas enquanto abrimos mão de outras coisas,
Nos momentos em que hesitamos entre mais um passo ou recuar,
Quantas vezes inertes, apenas um segundo a mais entre cada respiração.
Quem nos contará o segredo das estrelas que brilham na escuridão,
Quem nos falará o verdadeiro porquê de cada guerra, das nossas e aquelas outras,
Quem nos explicará as flores que nascem no inverno?
Se as dúvidas são como as nuvens em seu vapor tampando a luz do sol.
Os rios seguem seus fluxos e às vezes transbordam em suas margens,
Mas nós às vezes transbordamos sem seguir o caminho das águas,
Estamos diante de uma ampulheta e a vida não espera,
Mais um passo ou atropelaremos a nós mesmos...
Outrora, eram apenas repousos ao intervalo do dia,
De repente, ninguém precisou contar sobre o segredo das estrelas na escuridão do universo,
Pois eu que estava no escuro vi a luz do seu olhar acender o meu,
E no silêncio deste olhar eu digo te amo.
Outrora, eram apenas repousos ao intervalo do dia,
Mas o coração no ponto mais frio de suas dores sentiu a flor de inverno nascer,
E nos contornos das cicatrizes um jardim floresceu, senti o seu perfume,
E te respirando nos abraços, te entreguei meu jardim.