Artificial

Quando todos se recolhem,

ao prenúncio do ocaso,

e a cidade vertical

se constela e se ilumina

com os astros das janelas

e a insônia das vitrinas:

sofro uma ausência de lua

em uma nesga de céu,

qualquer visão de estrela

cintilando entre as antenas

a revelar a poesia

na paisagem artificial.

Ah, que falta o teu olhar...

para dar luz ao poema!