Rotina.
Eu tento andar para frente.
Algo agarra os meus calcanhares.
Não me levam a lugar nenhum
Apenas, não me deixam sair daqui.
A escuridão me rodeia.
Por isso, eu fecho os meus olhos.
Eu já vi muito
E fiquei assustado.
Não há mãos para tomar.
Eu sinto somente as unhas.
Alisando a minha espinha
E cravando-se em minha nuca.
Longas noites de olhos abertos.
Pensando no dia seguinte.
Como se houvesse o que pensar
Nada será diferente.