Rotina.

Eu tento andar para frente.

Algo agarra os meus calcanhares.

Não me levam a lugar nenhum

Apenas, não me deixam sair daqui.

A escuridão me rodeia.

Por isso, eu fecho os meus olhos.

Eu já vi muito

E fiquei assustado.

Não há mãos para tomar.

Eu sinto somente as unhas.

Alisando a minha espinha

E cravando-se em minha nuca.

Longas noites de olhos abertos.

Pensando no dia seguinte.

Como se houvesse o que pensar

Nada será diferente.

Henrique Sanvas
Enviado por Henrique Sanvas em 14/05/2017
Reeditado em 07/09/2020
Código do texto: T5999060
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