O ROUBO DO TEU BEIJO

Ao roubar-te um beijo,

atacou-me o desejo,

de ao menos te devorar.

Ao ver-te os olhos meigos,

apartados no teu aconchego,

sou mais um a delirar.

Ao divisar-te a silhueta,

soam-se as trombetas

do anjo mais sonoro.

Ao focar-te a fisionomia,

singelamente a alegria

se expande pelos poros.

Ao deixar-te a sombra,

pairou-me uma tromba,

como se fosse chorar.

Ao ver-ter distanciando,

não te deixei ver-me chorando,

as lágrimas do pesar.

2.003