AMIGA
AMIGA
De repente, vi-te assim
De lábios virgens de carmim
Mais linda, nunca vi!
Devo eu, a ti, confessar
Que no feitiço do teu olhar
Por amor me perdi!
E disse então: – Minha querida
Quero ser na tua vida
Tudo o que de mais belo há.
E em volteios muito loucos,
Quero ser o teu corpo
Pelas salas a valsar!
Fazer dessa nossa amizade,
Meus sonhos da mocidade
E razão do meu viver.
E, destarte, esquecer de tudo
E dizer pra todo mundo
Que tu és linda de morrer!
Meu Deus, como és bela
E terna, meiga donzela
Tão linda como um sonho!
E que venha eu, nesse momento
Revelar meu sentimento
Como um anjo risonho!
Fazer do teu peito, doce conforto
Suavemente, beijar-te o rosto
E ao teu lado, deixar uma flor.
E que venha eu, como numa cantiga
Apenas dizer-te: – Amiga.
E talvez um dia dizer-te: – Amor!