AMORES ANTIGOS
Os amores antigos às vezes voltam.
Cabelos de prata e olhares sem cor.
Às vezes pedem uma saudade desesperadamente
Entre doses de amor e músicas embriagadas.
Os amores antigos às vezes voltam
E cravam no coração um último suspiro.
Afiados feito lâmina suicida,
Voltam, como voltam as horas mortas.
Os amores antigos às vezes voltam
E se instalam no albergue do tempo.
Voltam como sonhos maltrapilhos,
Vagões carregados de tempo e exílio,
Os amores antigos às vezes voltam
Olhando à distância os desvios dos trilhos.