Sacrilégio

Ah, amor meu...
Falas-me tanto em tempo,
Em distância, em saudade...
Mas agora aqui deitada
No calor de teus braços,
Eu te pergunto...
Que importância pode ter o tempo,
A distância e essa tal saudade,
Se basta nos encontrarmos
Para, numa questão de segundos,
Darmos cabo de todo essa falta
Que nos consumia há meses, anos e horas a fio?
Que importância podem ter
Essas circunstâncias que nos afastam
E nos tornam co-prisioneiros de nós mesmos,
Quando, no instante em que nossos olhos se encontram,
Que nossos corpos se tocam,
Tudo o que passamos para chegarmos até aqui,
Passa a ser tão irrelevante,
Tão sem sentido...
Então, nua como estou agora,
Decreto-te preso
E te proíbo de te afastares de mim...
Pensas bem no que vais dizer
Porque, daqui pra frente,
Qualquer outra palavra
Que não seja Amor ou carinho
Ou qualquer outro gesto,
Que não seja um beijo revestido de desejo,
Tornar-se-á um terrível sacrilégio
E tu serás sumariamente castigado
Com outros tantos...

12.05.2017
Aliesh Santos
Enviado por Aliesh Santos em 12/05/2017
Reeditado em 12/05/2017
Código do texto: T5997283
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