O POETA E O BRANCO PAPEL
Na madrugada fria...
O poeta compõe...
Entre lágrimas e rimas...
Seu coração expõe...
Mãos tremulam em cima do branco papel...
Pela porta aberta o poeta vislumbra o céu...
A lua a inundar a noite tão sofrida...
No peito do poeta sangra, sangra sua ferida...
Em cada estrela que no céu cintila...
O poeta se curva com seu fardo cruel...
A luz sóbria sobre a mesa rígida...
Mostra-se mais fantasmagórico o branco papel...
O vento sopra cálido!
A fresca brisa lhe faz tremer...
Mãos sobre o peito acolhido...
Pois o cansaço lhe quer vencer...
E o poeta se indaga:
- Como escrever em papel branco já manchado?
Angustias tem vivido isso o tornar desolado...
Em verdade um coração ferido e um tanto despedaçado!
E agora poeta o que irás escrever?
Abra teus olhos, por que não queres ver?
Reveja esse amor e o que te consumiu!
Pois a Moça é tão bela como nunca se viu!
Sussurros noturnos alertam o poeta...
O vento, outra vez, lhe canta uma canção...
“O amor dela já tens, então busca tua inspiração”
Agora mais calmo na caneta o poeta põe a mão.
- Busco inspiração no que sinto por ela...
Se eu fosse um pintor buscava a aquarela...
Entre pinceladas certeiras vermelha ou amarela...
Ou mesmo em dourado escreveria o nome dela...
- Mas poeta eu sou e de nada valho ao mundo...
Das valas escuras do meu ser...
Ou de um sentimento mais profundo...
Para alguns sou visto como “imortal” e por outros “vagabundo”!
Agora o poeta escreve com emoção...
Sua mão firme faz cada letra com perfeição...
Sua alma entregue ao amor se eleva ao céu...
“EU TE AMO!”- por fim escreveu no branco papel!