Em manhãs como essa,
o sol rasga o peito do céu e mostra o sorriso leve
Mas é a tua vida que me doira. És tu que animas a pele,
arquitetas o fogo e te aprofundas
Sim, tu. Que outro senão tu ? Que ondulas ventre e alma
Que geras o sonho, te estabeleces em desejo e promessa
Tu,
que me desperta na ânsia de percorrer, macerar, gozar !
Em manhãs assim, irmano-me do equilíbrio primordial,
dos sorrisos castos das infâncias, da vida que se alastra
em cada ínfimo grão. Irmano-me das essências
Em manhãs como essa não há adeuses nem prantos,
apenas primaveras inteiras em flor
E sob os parreirais, homens e mulheres entoam a vindima,
e pro meu desatino,
todos os frutos amadurecem no milagre da tua boca
Ah amor... E eu enlouqueço por tanta doçura.