Folhas quebradiças
Meu silêncio se esvai.
O corpo pouco fala.
Traduz na insistência, qualquer coisa.
Uma simples folha trincada pelo
mal tempo, encarrega-se, vai digerindo
meias palavras antigas.
Jornadeio sempre onde ficam suas mãos,
gestos, um certo olhar, onde neles
me infiltro na luz do entardecer,
da noite valente.
Se estou perto ou longe, já não sei.
Se tirarem os passos românticos, que
são teus, deixo meus pés nus para trás.
Dê-me logo seu jeito moleque.
Em troca, lhe dou minha alma adolescente,
a pureza dos anjos e as gotas de amor
que desmoronam sobre mim.
Lhe dou o cheiro da terra que piso,
um pouco dos poemas de Luciana.
São feitos com a chuva passageira,
e o sol que faz parte deste solo.
Nunca deixe só esta poesia que te dei.
O verso se desvai com ela como
as folhas quebradiças do sertão.
Se perdem e eu perco o chão...