Velas de borboletas
Velas de borboletas
Vento venha de qualquer lugar
que sejas intempestivo
para minha nau impulsionar
leva-me ao mais longínquos
que eu possa estar desse vazio !
desta calmaria onde meu coração
hoje estás vento do sul ou do Norte
sopras mais forte com toda força
mesmo com ira !
pra minha sorte tu possas me levar
aonde meu coração possa estás
tira-me daqui donde posso
olhando esse imenso espelho d'água refletindo minha solidão
nesse imenso mar gélido
sinto-me uma Ilha de ilusão
náufrago do amor
afundando-me na paixão
sigo nesse oceano de lágrimas
derramadas pelo meu coração
dói saber que dependo
do teu querer vento esquecido
que tu venhas me socorrer
sopras com muita força
contra minha pequena embarcação
cuidado com minhas velas de borboletas !
pois são tão frágeis como meu coração !
um cristal à ser cuidado
manipulado com atenção !
já não me racho mais
pois sou trincado pela solidão
vento me leva pra longe
longe de estar sozinho
do frio de um só coração
me tira desse barco vazio
onde jas falo sozinho
do amor que deverá
estar num cais angustiada
por esperar minha chegada
sem jamais perder à esperança
de rever seu amor
que sempre guardará no coração.
Ricardo do Lago Matos