À TUA VOLTA


Está fazendo mais um mês que não te vejo.
Por aqui, faz tanto frio que nem o verão carioca
Com todo o seu calor é capaz
De desmanchar a geleira que cobre o meu coração...

São dias enormes, ensolarados
Mas tão sombrios...
São noites de treva,
Embora a lua cheia
Adorne o céu com sua beleza
E as estrelas continuem a brilhar...

Ah! Se ao menos eu pudesse
Ouvir neste silêncio a tua voz milagrosa!
Em vão, te procuro em cada rosto
E me equivoco em todos eles...

A cidade toda é solidão e tédio
E a vida tem pressa de seguir...
Em meu ser, este vazio imenso
Que só tu podes preencher...

Ah! Se ao menos eu pudesse vislumbrar
A possibilidade de ver a tua imagem disseminar-se
Por entre os carros, neste fim de tarde, de Ipanema!
Neste momento, em que as minhas forças se esvaem
E as cores do crepúsculo me trazem de volta
Todas as lembranças daquilo que fomos nós...

Sigo, assim, dias a fio, procurando-te
Nas ruas, entre os automóveis, nas filas de banco
Nos supermercados, nos programas de televisão,
Nas flores, nos pássaros, nas músicas
Nos livros, em mim...
Não estás!

Quando voltares,
Acredita, não terá sido a saudade
O maior tormento, nem esta procura a maior dor,
Porque foi com elas que nutri esta esperança
De estar novamente em teus braços...
E nessa hora...
Ah! Nessa hora, toda a tristeza desaparecerá
E celebrarei a tua volta com muita felicidade!!!

Imagem disponível em:

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Lídia Bantim
Enviado por Lídia Bantim em 09/05/2017
Reeditado em 09/05/2017
Código do texto: T5994200
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